Não é difícil imaginar onde estaríamos hoje sem as mulheres na tecnologia.
Estaríamos em uma situação mais precária em virtude disso.
Refletindo mais sobre isso, pensei nas mulheres no setor da tecnologia que deixaram seus cargos no ano passado. É uma perda de talento e capacidade que retrocede décadas de avanços conquistados por mulheres pioneiras que não apenas brilham em seu campo, mas também o fazem em áreas de estudo, pesquisa e emprego dominadas pelos homens.
Portanto, quando olhamos para o futuro em busca da recuperação, devemos também olhar para trás. Ao homenagear apenas algumas das mulheres no setor da tecnologia que moldaram nosso mundo atual, mulheres que são realmente as “mães da invenção”, talvez possamos evocar a importância vital das mulheres em nosso campo e lembrar como devemos redobrar nossos esforços para recebê-las de volta.
Margaret Hamilton – O software que executou a alunissagem
Imagine uma época na qual o termo “engenharia de software” não era reconhecido, embora fosse crucial para que conseguíssemos efetuar a alunissagem.
Foi nessa época que Margaret Hamilton começou seu trabalho no Massachusetts Institute of Technology (MIT) como um emprego para sustentar sua família enquanto o marido estudava direito em Harvard. Isso ocorreu em 1959 e foi quando ela conheceu Edward Lorenz, o pai da teoria do caos, que a introduziu no caminho para ajudar a humanidade a dar os primeiros passos na lua.
Um sistema acionado por software que alertava os astronautas sobre emergências durante o voo foi desenvolvido graças ao seu trabalho e ao seu código. Um avanço cujo mérito atribui à sua filha por tê-la inspirado, conforme relatado nesta entrevista:
Muitas vezes, à noite ou nos fins de semana, eu trazia minha filha, Lauren, para trabalhar comigo. Um dia, ela estava comigo quando eu estava fazendo uma simulação de uma missão à lua. Ela gostava de me imitar, bancando o astronauta. Ela começou a apertar as teclas e, de repente, a simulação começou. Então ela apertou outras teclas e a simulação travou… Eu pensei: Nossa! Isso poderia acontecer inadvertidamente em uma missão real.
Sugeri uma mudança no programa para evitar que um programa de pré-lançamento fosse selecionado durante o voo. Mas os chefes do MIT e da NASA disseram que os astronautas eram muito bem treinados e não cometeriam tal erro. No meio do caminho na missão seguinte, a Apollo 8, um dos astronautas a bordo acidentalmente fez exatamente o que Lauren havia feito. O erro de uma criança! Isso criou muitos estragos e exigiu que a missão fosse reconfigurada. Depois disso, eles me deixaram colocar a mudança no programa.
Karen Spärck Jones – A inteligência por trás da pesquisa
Essa mulher é a responsável por podermos fazer nossas pesquisas online.
Karen Spärck Jones foi uma verdadeira pioneira ao desenvolver o algoritmo para calcular uma estatística conhecida como “frequência inversa do termo nos documentos” (em inglês, term frequency–inverse document frequency – TFIDF). Para que não entende muito do tema, o TFIDF determina a importância de uma palavra em relação ao documento ou ao conjunto de termos em que é encontrada. Soa familiar? Deveria, pois seu trabalho é a base de praticamente todos os mecanismos de pesquisa hoje.
Spärck Jones falou sem rodeios do que ela chamava de “profissionalismo” em tecnologia. Para ela, o profissionalismo se divida em dois níveis: o primeiro sendo a eficácia técnica de uma solução e o segundo sendo a razão primeira para fazê-la. Nas palavras dela,
“Para ser um bom profissional, você precisa pensar no contexto, na motivação e nas justificativas do que está fazendo… Você não precisa ter uma discussão filosófica cada vez que coloca os dedos no teclado, mas como a computação está se espalhando cada vez mais na vida das pessoas, você precisa pensar nisso.”
Contra-almirante Grace M. Hopper
Sua visão da computação e de seu trabalho prático levaram ao desenvolvimento do COBOL, uma linguagem de programação ainda em uso hoje. Essa visão foi impulsionada pela crença de que a linguagem humana poderia ser usada como base para uma linguagem de programação, tornando-a mais acessível, principalmente para uso comercial. Como resultado dessa visão, surgiu a linguagem de programação FLOW-MATIC, que mais tarde foi desenvolvida para o COBOL, uma linguagem que se estima ser usada em 95% das transações com cartões de crédito.
Durante o período que foi oficial da Marinha, ela ajudou a transformar os sistemas centralizados do Departamento de Defesa em redes menores e distribuídas semelhantes à Internet que conhecemos e usamos atualmente. Quando se aposentou, quase aos 80 anos, ela passou a trabalhar no setor privado, onde ocupou o cargo de consultora sênior em tempo integral até falecer aos 85 anos. Vale realmente a pena assistir a este vídeo dela de 1983 que foi ao ar quando ela tinha 76 anos.
Radia Perlman – Hall da Fama da Internet
O trabalho de Perlman, sem sombra de dúvidas, preparou o caminho para os protocolos de roteamento que são a base da Internet moderna.
Antes da contribuição de Perlman, à medida que as redes cresciam e se tornavam consequentemente mais complexas, os dados costumavam fluir em loops que os impediam de chegar ao destino pretendido. Com a criação do Spanning Tree Protocol (STP), foi possível lidar com grandes nuvens de computadores e dispositivos de rede. Embora tenha evoluído desde então, o conceito de uma rede adaptativa permanece em vigor.
Outro avanço dela foi apresentar a programação de computadores para crianças de 3 a 5 anos na década de 1970. Quando trabalhava no LOGO Lab do MIT, ela criou o TORTIS (Toddler’s Own Recursive Turtle Interpreter System), que usava botões de programação e permitia fazer experiências com uma tartaruga robótica que seguia os comandos de uma criança. No resumo do seu artigo, no qual documentou esse trabalho, ela enfatizou o que sentia ser um ponto vital, “O mais importante de tudo deveria ser ensinar que aprender é divertido”.
Entre na dança
Essas mulheres foram pioneiras e inspiradoras e cabe a todos nós do setor da tecnologia aproveitar, através do nosso trabalho e da cultura que fomentamos no ambiente de trabalho, os avanços que elas tornaram possíveis, especialmente à medida que começamos a nos recuperar desta pandemia.
Um dos muitos motivos pelos quais tenho orgulho de fazer parte da McAfee é nossa comunidade Women in Security (WISE). Trata-se realmente de um programa com visão de futuro, criado para enriquecer e apoiar as mulheres no setor de tecnologia por meio de programas de orientação e conferências sobre desenvolvimento profissional. Esse programa consiste em uma das várias formas tangíveis através do qual nos esforçamos ativamente para proporcionar uma cultura dinâmica e diversa na McAfee.
Outra voz poderosa das mulheres na tecnologia é AnitaB.org, que apoia mulheres em áreas técnicas, bem como as organizações que as empregam e as instituições acadêmicas que formam a próxima geração. Uma lista completa de programas ajuda as mulheres a crescer, aprender e desenvolver todo o seu potencial.
E para continuar trilhando esse caminho para o futuro, está página da Web das garotas que programam, Girls Who Code, que está construindo a próxima geração de engenheiras e tecnólogas. Seus dados mostram por que isso é tão vital. Tais dados mostram que 66% das meninas de 6 a 12 anos demonstram interesse em computação, mas essa porcentagem cai para 32% entre as meninas de 13 a 17 anos e cai ainda mais para apenas 4% entre as calouras universitárias. Portanto, elas oferecem apoio a vários programas para meninas em idade escolar, da terceira série até o último ano do ensino médio, ajudam os clubes de iniciantes para educadores e comunidades e defendem as mulheres desse setor trabalhando por políticas públicas e pesquisas.
E isso é só o começo. Para obter uma visão geral de mais organizações das quais você fazer parte, confira esta lista de 16 organizações para mulheres na tecnologia. Todas elas nos ajudam a concretizar um mundo melhor no qual as mulheres atuam na área de tecnologia.
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